"ORAÇÃO A SÃO PIO DE PIETRELCINA (PADRE PIO) Ó Deus, que doastes a São Pio de Pietrelcina, sacerdote capuchinho, o insigne privilégio de participar, de modo admirável, da Paixão de vosso Filho, por sua intercessão, dai-me a graça... que tanto desejo; e sobretudo concedei-me unir-me à Paixão de Jesus, para depois chegar à Sua gloriosa ressurreição. Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai." ”

sexta-feira, 16 de março de 2012

Ser Santo: o Processo de Canonização


Crucificação de São Pedro 
Credo in Deum Patrem omnipotentem, Creatorem caeli et terrae,
et in Iesum Christum, Filium Eius unicum, Dominum nostrum,
qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine,
passus sub Pontio Pilato, crucifixus, mortuus, et sepultus,
descendit ad ínferos, tertia die resurrexit a mortuis,
ascendit ad caelos, sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis,
inde venturus est iudicare vivos et mortuos.
Credo in Spiritum Sanctum,
sanctam Ecclesiam catholicam, sanctorum communionem,
remissionem peccatorum,
carnis resurrectionem,
vitam aeternam.
Amen.

Inicialmente, os cristãos veneravam os mártires que morriam na arena.
Eles eram sepultados nas catacumbas de Roma, e cultuados como santos por sua morte heróica, testemunhando a divindade de Cristo. Suas relíquias realizavam inúmeros milagres. Daí, sua proclamação como santos.
Este costume continuou por muitos séculos.
Depois, pelo século XI, para evitar abusos, a Igreja começou a instituir um processo a fim de examinar a vida e os escritos (a doutrina) daqueles que a opinião geral chamava de santos. Começou assim o chamado Processo de Canonização, que se tornou um instrumento jurídico dos mais perfeitos jamais realizados.O Processo de Canonização começava pelo chamado processo de NÃO-CULTO.
Por esse processo, primeiro verificava-se se o candidato à canonização como santo fora cultado sem licença da Igreja. Isso era muito importante, porque impedia que interesses familiares ou de grupos, por meio de propaganda , impingissem à Igreja um pseudo santo.
As estapas no processo de canonização se dão na seguinte maneira,nesta ordem de reconhecimento:
  1. Servo de Deus (refere-se a uma pessoa cujo processo de canonização foi oficialmente aberto)
  2. Venerável (O conceito assenta diretamente sobre o adjectivo “venerável“, derivado do substantivo latino veneratio, que significa respeito e culto e portanto digno de reverência e veneração)
  3. Beato (é o reconhecimento feito pela Igreja de que a pessoa a quem é atribuída se encontra no Paraíso, em estado de beatitude, e pode interceder por aqueles que lhe recorrem em oração.)
  4. Santo (são santos todos aqueles que foram convertidos e salvos por Jesus Cristo)
A Congregação para as Causas dos Santos (em latim Congregatio de Causis Sanctorum) é uma prefeitura da Cúria Romana(orgão administrativo da Santa Sé) que processa o complexo trâmite que leva à canonização dos santos, passando pela declaração das virtudes heroicas (reconhecimento do estatuto de venerável) e pela beatificação. Depois de elaborado um processo, incluindo a constatação canônica dos milagres, o caso é apresentado ao papa, que decide se proceder ou não à beatificação ou canonização.
Seu nome anterior era Sagrada Congregação dos Ritos, fundada pelo Papa Sixto V em 22 de janeiro de 1588 com a bula papal Immensa Æterni Dei, que tratava tanto da regulação do culto divino como das causas dos santos. Em 8 de maio de 1969, o Papa Paulo VI emitiu a Constituição Apostólica Sacra Rituum Congregatio, dividindo a congregação em duas, uma passando a ser a Congregação para o Culto Divino e outra para as causas dos santos.
Com as profundas mudanças no processo de canonização introduzidas pelo Papa João Paulo II em 1983, o Colégio de Relatores foi criado para preparar as causas dos declarados Servos de Deus.
Em 18 de fevereiro de 2008 a Santa Sé torna público a instrução “Sanctorum Mater” da Congregação para a Causa dos Santos sobre as normas que regulam o início das causas de beatificação juntamente com o “Index ac status causarum”.
São Domingos Sávio
São Domingos Sávio
A Constituição Apostólica Divinus perfectionis Magister (1983), de João Paulo II, estabeleceu de uma vez as normas para a instrução das causas de canonização e para o trabalho da Congregação para as Causas dos Santos. Nela é afirmado: “A Sé Apostólica, (…) propõe homens e mulheres que sobressaem pelo fulgor da caridade e de outras virtudes evangélicas para que sejam venerados e invocados, declarando-os Santos e Santas em ato solene de canonização, depois de ter realizado as oportunas investigações.”
Em 18 de fevereiro de 2008 a Santa Sé torna público a instrução “Sanctorum Mater” (1983)da Congregação para a Causa dos Santos sobre as normas que regulam o início das causas de beatificação juntamente com o “Index ac status causarum“.
A Instrução se divide em seis partes:
  • Primeira: diz da necessidade de uma autêntica fama de santidade para se dar início ao processo e se explicam as figuras e tarefas do autor do postulador e do bispo competente para a causa.
  • Segunda: nela é descrita a fase preliminar da causa que chega até à concessão do “nulla osta” da Congregação para as Causas dos Santos.
  • Terceira: diz da celebração da causa.
  • Quarta: trata das modalidades para se recolher as provas documentais.
  • Quinta: cuida das provas testemunhais e na
  • Sexta: são indicados os procedimentos para os atos conclusivos da instrução diocesana.
Segundo a Constituição Divinus perfectionis Magister e a instrução Sanctorum Mater, ao bispo diocesano ou autoridade da hierarquia a ele equiparada, de iniciativa própria ou a pedido de fiéis, é a quem compete investigar sobre a vida, virtudes ou martírio e fama de santidade e milagres atribuídos e, se considerar necessário, a antiguidade do culto da pessoa cuja canonização é pedida. Nesta fase a pessoa investigada recebe o tratamento de “Servo de Deus” se é admitido o início do processo.
cristãos no coliseu
cristãos no coliseu
Haverá um postulador que deverá recolher informações pormenorizadas sobre a vida do Servo de Deus e informar-se sobre as razões que pareceriam favorecer a promoção da causa da canonização. Os escritos que tenham sido publicados devem ser examinados por teólogos censores, nada havendo neles contra a fé e aos bons costumes, passa-se ao exame dos escritos inéditos e de todos os documentos que de alguma forma se refiram à causa. Se ainda assim o bispo considerar que se pode ir em frente, providenciará o interrogatório das testemunhas apresentadas pelo postulador e de outras que achar necessário.
Em separado se faz o exame do eventual martírio e o das virtudes, que o servo de Deus deverá ter praticado em grau heróico (fé, esperança e caridade; prudência, temperança, justiça, fortaleza e outras) e o exame dos milagres a ele atribuídos. Concluídos estes trabalhos tudo é enviado a Roma para a Sagrada Congregação da Causa dos Santos.
Para tratar das causas dos santos existem, na Congregação para a Causa dos Santos, consultores procedentes de diversas nações, uns peritos em história e outros em teologia, sobretudo espiritual, há também um Conselho de médicos. Reconhecida a prática das virtudes em grau heróico o decreto que o faz declara o Servo de Deus “Venerável“.
Havendo apresentação de milagre este é examinado numa reunião de peritos e se se trata de curas pelo Conselho de médicos, depois é submetido a um Congresso especial de teólogos e por fim à Congregação dos cardeais e bispos. O parecer final destes é comunicado ao Papa, a quem compete o direito de decretar o culto público eclesiástico que se há de tributar aos Servos de Deus. A Beatificação portanto, só pode ocorrer após o decreto das virtudes heróicas e da verificação de um milagre atribuído à intercessão daquele Venerável.
momento de martirio
momento de martírio
O milagre deve ser uma cura inexplicável à luz da ciência e da medicina, consultando inclusive médicos ou cientistas de outras religiões e ateus. Deve ser uma cura perfeita, duradoura e que ocorra rapidamente, em geral de um a dois dias. Comprovado o milagre é expedido um decreto, a partir do qual pode ser marcada a cerimônia de beatificação, que pode ser presidida pelo Papa ou por algum bispo ou cardeal delegado por ele.
Caso a pessoa em causa já tenha o estatuto de beato e seja comprovado mais um milagre pela Igreja, em missa solene o Santo Padre ou um Cardeal por ele delegado declarará aquela pessoa como Santa e digna de ser levada aos altares e receber a mesma veneração em todo o mundo, concluindo assim o processo de Canonização.
DECLARAÇÃO DAS VIRTUDES HERÓICAS
Virtudes heróicas, é a designação canónica dada ao conjunto de requisitos de exemplaridade de vida que devem ser demonstrados para que se inicie o processo formal de canonização na Igreja Católica Romana. A demonstração da existência de virtude heróica é feita pela análise, post mortem(após a morte), do comportamento e percurso de vida do candidato à santidade, tendo de ficar claro, e para além de qualquer dúvida, que em vida a conduta do candidato se pautou pela prática para além do comum das virtudes teologais e das virtudes cardeais.
VIRTUDES CARDEAIS
Segundo a Doutrina da Igreja Católica, elas “são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas, que regulam os nossos actos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas por actos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas pela graça divina“.As virtudes cardeais são quatro:
  • a prudência, que “dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida“, sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.
  • a justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido;
  • a fortaleza (ou Força) que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;
  • e a temperança (ou Moderação) que “modera a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados“, sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.
Iustitia
(Justiça)
Fortitudo
(Fortaleza)
Sapientia
(Prudência)
Temperantia
(Temperança)
Iustitia Papstgrab Bamberg aus Gottfried Henschen u Daniel Papebroch 1747.jpg
Fortitudo Papstgrab Bamberg aus Gottfried Henschen u Daniel Papebroch 1747.jpg
Sapientia Papstgrab Bamberg aus Gottfried Henschen u Daniel Papebroch 1747.jpg
Temperantia Papstgrab Bamberg aus Gottfried Henschen u Daniel Papebroch 1747.jpg

 

 VIRTUDES TEOLOGAIS
Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, as virtudes teologais “têm como origem, motivo e objecto imediato o próprio Deus. São infundidas no homem com a graça santificante, tornam-nos capazes de viver em relação com a Trindade e fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Elas são o penhor da presença e da acção do Espírito Santo nas faculdades do ser humano“.
No excerto bíblico 1ª Coríntios 13:13, apresenta-nos a seguinte citação: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”. Num outro excerto bíblico “Gálatas 5:6″, cita o seguinte: “a Fé actua pelo amor“.
As virtudes teologais existem como complemento às virtudes cardeais e são três:
  • : através dela, os cristãos crêem em Deus, nas suas verdades reveladas e nos ensinamentos da Igreja, visto que Deus é a própria Verdade. Pela fé, “o homem entrega-se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé opera pela São Pio da Pieltrecinacaridade» (Gal 5,6)“.
  • Esperança: por meio dela, os crentes, por ajuda da graça do Espírito Santo, esperam a vida eterna e o Reino de Deus, colocando a sua confiança perseverante nas promessas de Cristo.
  • Caridade (ou amor): por meio dela, “amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei“. Para os crentes, a caridade é «o vínculo da perfeição» (Col 3,14), logo a mais importante e o fundamento das virtudes. O Amor é também visto como uma “dádiva de si mesmo” e “o oposto de usar“.
O Vaticano divulgou em 19/03/2008 novas diretrizes sobre os processos de canonização, tentando esclarecer e aperfeiçoar o veículo por meio do qual a Igreja Católica escolhe seus santos.
As instruções, dirigidas aos bispos, tratam desde o modo de identificar os possíveis milagres até detalhes mais mundanos e burocráticos, como o uso de computadores e de aparelhos de gravação para arquivar testemunhos sobre a vida de um candidato a santo.
- Estamos atualizando isso – disse o cardeal José Saraiva Martins, que comanda o órgão do Vaticano encarregado das canonizações – um processo complicado que, algumas vezes, pode se estender por séculos.
Segundo o Vaticano, as instruções esclarecem regras antigas e visam a eliminar alguns pontos considerados confusos em nível regional, onde os bispos dão início ao que se chama de “causas”, o processo de canonização assumido pela Santa Sé em um estágio posterior.
LISTA DE PAPAS CANONIZADOS
001 São Pedro – (3067)
002 São Lino – (6776)
003 Santo Anacleto I (Cleto)- (7688)
004 São Clemente I – (88? – 97?)
005 Santo Evaristo – (97? – 105?)
006 Santo Alexandre I – (105? – 115)
007 São Sisto I – (115? – 125?)
008 São Telésforo – (125? – 136?)
009 Santo Higino – (136? – 140?)
010 São Pio I – (140? – 155?)
011 Santo Aniceto – (155? – 166?)
012 São Sotero – (166175?)
013 Santo Eleutério – (175189?)
014 São Vítor I – (189? – 199?)
015 São Zeferino – (199? – 217)
016 São Calisto I – (217? – 222?)
017 Santo Urbano I – (222? – 230?)
018 São Ponciano – (230? – 235?)
019 Santo Antero – (235? – 236?)
020 São Fabiano – (236? – 250?)
021 São Cornélio – (251? – 253?)
022 São Lúcio I – (253? – 254?)
023 Santo Estêvão I – (254? – 257?)
024 São Sisto II – (257? – 258?)
025 São Dionísio – (260? – 268?)
026 São Félix I – (269? – 274?)
027 Santo Eutiquiano – (275? – 283?)
028 São Caio – (283? – 296?)
029 São Marcelino – (296? – 304?)
030 São Marcelo I – (308? – 309?)
031 Santo Eusébio – (309? – 310?)
032 São Melquíades – (311314)
033 São Silvestre I – (314? – 335?) –
034 São Marcos – (335? – 336?)
035 São Júlio I – (337? – 352)
037 São Dâmaso I – (366383)
038 São Sirício – (384399)
039 Santo Anastácio I – (399401)
040 Santo Inocêncio I – (401417)
041 São Zósimo – (417418)
042 São Bonifácio I – (418422)
043 São Celestino I – (422432)
044 São Sisto III – (432440)
045 São Leão I, Magno – (440461)
046 Santo Hilário – (461468)
047 São Simplício – (468483)
048 São Félix II – (483492)
049 São Gelásio I – (492496)
051 São Símaco – (498514)
052 Santo Hormisda – (514523)
053 São João I – (523526)
054 São Félix III – (526530)
055 São Bonifácio II – (530532)
056 São João II – (533535)
057 Santo Agapito – (535536)
058 São Silvério – (536537)
061 São Júlio III – (561574)
062 São Bento I – (575579)
064 São Gregório I, o Grande – (590604) O.S.B.
067 São Bonifácio IV – (608615) O.S.B.
068 Santo Adeodato I – (615618)
074 São Martinho I – (649655)
075 Santo Eugênio I – (654657)
076 São Vitaliano – (657672)
079 Santo Agatão – (678681)
080 São Leão II – (682683)
081 São Bento II – (684685)
084 São Sérgio I – (687701)
090 Sçao Gregório III – (731741)
091 São Zacarias – (741752)
092 Santo Estevão II – (752)
094 São Paulo I – (757767)
097 São Leão III – (795816)
099 São Pascoal I – (817824)
104 São Leão IV – (847855) O.S.B.
110 Santo Adriano III – (884885)
153 São Leão IX – (10491054)
158 São Gregório VII – (10731085) O.S.B.
193 São Celestino V – (1294) O.S.B.
226 São Pio V – (15661572) O.P.
258 São Pio X – (19031914) O.F.S.

Papas beatificados

159 Beato Vitor III – (10861087) O.S.B.
160 Beato Urbano II – (10881099) O.S.B.
168 Beato Eugênio III – (11451153) O.Cist.
185 Beato Gregório X – (12711276) O.Cist.
186 Beato Inocêncio V – (1276) O.P.
195 Beato Bento XI – (13031304) O.P.
201 Beato Urbano V – (13621370) O.S.B.
241 Beato Inocêncio XI – (16761689)
256 Beato Pio IX – (18461878) O.F.S.
262 Beato João XXIII – (19581963) O.F.S.

 Papas declarados Veneráveis

261 Servo de Deus Papa Pio XII – (19391958) O.P.
265 Servo de Deus Papa João Paulo II – (1978-2005)

Papas declarados Servos de Deus

263 Servo de Deus Papa Paulo VI – (19631978) O.F.S.
264 Servo de Deus Papa João Paulo I – (1978)

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