Dez anos de isolamento (1923-1933)
Demasiadamente esquecidas são as criaturas
humanas, com muitos defeitos humanos. Um desses defeitos é o fanatismo. O
encontramos continuamente em torno de pessoas que, por motivos diversos, causam
entusiasmo.
O encontramos ao redor de Jesus e de muitos
santos; o encontramos perto de atores ou políticos, de cantores ou de
esportistas. Não se pode destruir o homem pelos defeitos dele; não
se pode suprimir um movimento porque
tem indícios de desordem. Pior ainda quando, para punir os exaltados, culpam um
inocente. Sim, acredito em cortar o mal pela raiz; foi como Jesus sugeriu
quando referiu-se a isso (na noite em que foi entregue): “Persigam o pastor e o
rebanho será destruído” ( Mt 26,31).
Já começaram em junho de 1922, quando seu pai espiritual, padre Benedetto,
proibiu Padre Pio de todos os contatos, verbais ou escritos. Devemos reconhecer
que padre Benedetto foi por doze anos, de 1910 a 1922, um ótimo diretor
espiritual, sábio e prudente.
As medidas contra o padre eram feitas progressivamente, sempre mais e mais
pesadas. Ordenava a transferência de Padre Pio e proibia que celebrasse
qualquer Missa em público. Foi concedido celebrar em particular, aos internos
do convento e, sobretudo, proibiram-no de confessar.
Quando, uns dias depois, padre Raffaele teve a dolorosa incumbência de
comunicar-lhe sobre o decreto do Santo Oficio, Padre Pio respondeu
humildemente: “Seja feita a vontade de Deus”. Por outros dois anos, viveu como
um encarcerado (esta era a sua impressão).
Como conseqüência, o padre Pio passou 10 anos, de 1923 a 1933 asilado
completamente do mundo exterior, entre a paredes de sua cela. Durante estes
anos não apenas sofria as dores da Paixão do Senhor em seu corpo, também sentia
em sua alma a dor do isolamento e o peso da suspeita.
Sua humildade, obediência e caridade não diminuíram nunca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário